Mark Zuckerberg soube fazer bons e promissores negócios até então. A compra do WhatsApp por 16 bilhões de dólares, batendo recordes no mercado, resulta numa boa sacada, ainda que tenhamos dúvidas de como realmente o WhatsApp ganha dinheiro. A empresa anunciou em 31 de março de 2017 que alcançava 1,94 bilhões de usuários. O Instagram, quase dobrou e alcançou 500 milhões de usuários. Já o facebook foram 15% de aumento de usuários e sua receita cresceu 51,9%.
O lucro do Facebook está baseado na monetização de posts. Os mesmos patrocinados que vemos invadindo nossa timeline. O Facebook cresce te obrigando a ver posts patrocinados. As coisas não acontecem mais com tanta naturalidade. Isso demonstra desgaste. O que você vê não é resultado de seus interesses e amigos. Pode ser alguém que pagou para ser visto. Se você não tem acesso ao que quer ver, mas ao que os outros querem que você veja, provavelmente você pode parar de se interessar por isto.
Ao mesmo tempo, vejo boas novidades na rede. De um tempo para cá, surgiram canais de conteúdos maravilhosos, diários, que não obrigam os usuários a propagandas e chegam de forma orgânica, sem ser por meio de patrocínios de postagem. São páginas especializadas em produzir conteúdos virais. Elas produzem, criam uma forma de apresentação e distribuem. Dentro deste modelo de negócio existem muitas de possibilidades de monetização. Falo melhor disso em outro artigo. Apesar do aumento da força dessas páginas, com PlayGround, BuzzFeed, People Are Awesome, crescimento que a própria empresa pode estar aportando, o Facebook perde muito espaço para o Instagram, WhatsApp e SnapChat. Por sorte, as duas primeiras empresas são deles, o SnapChat não, por isso buscam diariamente aniquilar o app.
O Instagram cresceu de tal forma que parece estar levando toda a inovação de negócios para ele e o Face ainda um pouco atrasado. Lançaram a transmissão ao vivo que deu uma rejuvenescida na rede, trazendo ela mais para perto da televisão. Por outro lado ele está cada vez mais para profissionais, seja do jornalismo, do marketing, ou outras áreas. As pessoas como produtoras de conteúdos estão indo para o Instagram, WhatsApp e SnapChat. Se o Facebook se torna uma ferramenta para profissionais e o usuário comum não se interessa mais em postar, seria possível que ele sobreviva? Poderia, seguindo este caminho, por exemplo: você entraria no Facebook só para ver os conteúdos que você quer ver, descobrir outros pelos compartilhamentos de amigos e interagir com os produtores na plataforma. Mas postar aquela foto de viagem, ou fazer um pequeno post pessoal, isso já está mudando de lugar, ou talvez sempre esteve outro lugar. Post pessoal sempre esteve no Twitter e a foto de viagem no Insta. Por outro lado, uma ferramenta muito própria da rede, que ela dissemina em outros sites, é o botão share. Facebook está diretamente relacionado com o botão share.
Existe portanto uma possível resposta relacionada aos possíveis caminhos que o Facebook pode seguir. Se tornar a maior ferramenta de compartilhamento de conteúdo multimídia do mundo. Claro, sem impedir que ninguém possa produzir conteúdos, mas sabendo que este tipo de produção está mais relacionado a outras redes. Acredito, inclusive, que seja este o caminho que ele vem seguindo. Facebook se torna uma televisão mundial, o sonho da TV digital lá nos seus primórdios, que permitiria a interação dos espectadores. Se ele investe em dar visibilidade para os canais que mais geram engajamento, com conteúdos exclusivos para a rede, ele acerta que as pessoa continuarão abrindo a plataforma para ver aquilo que só tem lá em toda sua diversidade multimidiática.
Rumores dizem que Zuckerberg está pagando alguns canais, o que não seria nada mal. Se ele articulasse para que alguns canais tenham milhões de likes e estimulasse os conteúdos que já agradam as pessoas, não teria porquê o público largar o Facebook. Uma das coisas que sinto falta é ter um espaço de fala somente para produtores profissionais. Para isso tenho uma conta do Twitter com o fim de seguir profissionais que possuem gabarito sobre os assuntos que falam.
Mesmo anunciando em 2015 dados magníficos e Mark Zuckerberg saindo na Revista Forbes como um dos 8 homens que detêm metade da riqueza existente no mundo, o Facebook precisa estar atento. A sensação que tenho é que as pessoas estão saindo do Facebook. A rede está chata, muita publicidade, muito link patrocinado, pouco de rede social, de interação, de conteúdo pessoal, caseiro, enquanto as outras estão repletas disso. Se a rede não se garantir como um lugar exclusivo, única em determinados conteúdos, ela corre o risco de ser engolida por suas empresas e de concorrentes. Comenta aqui para eu saber o que você pensa sobre o assunto também.